Quando se fala em jornalismo cultural, pelo menos duas questões demandam esclarecimento imediato: o que se entende por “cultura” e o que se entende por “jornalismo”. A rigor, todos os fatos noticiados são culturais, “afinal a cultura está em tudo, é de sua essência misturar assuntos e atravessar linguagens” (PIZA, 2003, pag. 7).
O termo Jornalismo cultural para a grande imprensa desempenha um papel meramente secundário, quase decorativo, Porém a cultura está em tudo é de sua essência misturar assuntos e atravessar linguagens.O empobrecimento do jornalismo cultural vem também da banalização de seu alcance, é preciso que ele recebe um tratamento especial ou seja diferenciado. As revistas de variedades se diversificaram e inspiraram, mais tarde, as chamadas “revistas eletrônicas”, ou programas televisivos de variedades. Por outro lado, a influência televisiva no jornalismo cultural impresso resultou no entrelaçamento cada vez mais evidente entre informação jornalística e entretenimento. Como resultado, o debate de idéias, uma das marcas históricas do jornalismo cultural, perdeu espaço.
É por conta da avalanche dos produtos da indústria cultural relacionadas às notícias sobre o imediato que recai parte da crítica atual sobre a banalização do jornalismo cultural, que pouco se debruça sobre a produção cultural entendida como processo cultural. Boa parte da produção cultural presente na mídia está assentada na arte lançada pelo mercado e no lazer, levando, muitas vezes, o produto cultural à condição de mercadoria, quantificado e qualificado numa escala de valores.
Legenda: Maria Lima, Elba Ramalho e Dominguinhos
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